quarta-feira, 15 de junho de 2011

Me sinto Acuado

Descreverei o que aconteceu quando cheguei em casa ontem a noite. Esse texto escrevi no caderno verde, é o caderno a onde escrevo os meus poemas e também os fatos que acontecem comigo. É como se fosse um diário, um blog, mas a diferença é que o blog é atualizado quase que constantemente.
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Estou assustado e preocupado porque ao chegar em casa conversei com o meu pai, troquei algumas palavras, contei que hoje fui na psicóloga para fazer as avaliações que a neurologista havia solicitado e que semana que vem teria que pagar R$ 100,00 que corresponde a primeira consulta e a que farei na outra semana. Ele disse que tudo bem, que era pra ver com a minha madrasta a questão dos valores e depois ele acertava.

Terminado este assunto o meu pai perguntou como é que estava em relação à disciplina de anatomia e eu respondi que estava muito difícil e secamente ele perguntou:

- Quantas vezes tu fez esta disciplina?

- Essa é a terceira vez que estou fazendo -- respondi tentando conter o nervosismo.

- É brabo! Então tu não vai conseguir e eu vou ter que pagar mais R$ 1000,00 -- Na verdade ele falou R$ 4.000,00 se for contar as duas vezes que reprovei, somando esta e mais a outra que supostamente terei que fazer caso venha a reprovar de novo.

Fui indagado a respeito de quanto tirei na primeira avaliação de anatomia e tentando conter o medo respondi que havia tirado 2,5. Meu pai perguntou sobre a segunda prova e aí menti dizendo que o professor ainda não havia publicado as notas e pra torturar ainda mais me perguntou quanto havia tirado.

Fiquei em silêncio, não sabia o que responder, até que falei que apenas esperava pela publicação da nota e meu pai conclui que devo ter ido mal na segunda prova.

Só ouvi o barulho das teclas do seu celular, com certeza estava mandando um "torpedo" para a minha madrasta sobre mim.

Eu só sei que fui pro quarto, num determinado momento comecei a rezar, pedindo a Deus que meu pai me poupasse de mais perguntas. Deu certo e agora escrevo estas linhas com muita preocupação e medo. O meu pai deixa o lado racional falar mais alto que o emocional e com isso acaba tendo dificuldades de ao menos se colocar no meu lugar e tentar entender o que sinto e o que realmente se passa comigo.

Algumas pessoas percebem este medo que tenho dele, tanto a psicopedagoga como o psicólogo.

Burlar esse medo é muito complicado, não sei como fazer e o quê fazer. Fico apenas observando a liberdade no bom sentido que alguns jovens da minha faixa etária têm com os seus pais. Eles têm os seus pais como amigos e até confidentes. Queria ter essa relação com o meu pai.

Acho que ele não percebe o meu sofrimento, ou talvez perceba, mas queira bancar o "durão" como está fazendo, pensando que assim irei me esforçar mais nos estudos. Não é isso! Tudo o que eu queria ouvir é:

- Filho, eu estou do teu lado, quero te ver feliz e farei o que puder para que você saia desta situação. Vamos sair juntos dessa e com o tratamento tudo irá melhorar.

Queria apenas ouvir isso, não quero "mel na chupeta" ou "mãozinha na cabeça", só quero um pai, um amigo no qual possa contar nas horas boas e ruins.

Sei que é chato, embora ele sempre diga que eu não tenho essa noção, ter que pagar algumas cadeiras pela terceira vez, sei que não é fácil juntar dinheiro para no fim do mês pagar um monte de contas, mas eu queria que o meu pai pensasse que este tratamento está valendo a pena e que eu não terei mais que passar por tantas dificuldades.

[Suspiro]

Então é isso. O medo e o pavor me rondam, sei que preciso enfrentar isso, só que não sei como.

Abraço a todos!

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