Hoje fiz o primeiro atendimento da cadeira de "Fonoaudiologia e Aprendizagem". A paciente venho acompanhada pela mãe com a queixa de troca de sons na fala e dificuldade de aprendizagem.
Uma colega me acompanhou no atendimento porque como não venho ontem, a professora pediu para que ela me observasse, só que esta colega conhecia a paciente porque foi triada por ela.
A história desta criança deve ser comovente e se digo isso é pelas hipóteses levantadas pela minha professora depois do atendimento.
Esta criança é do Rio de Janeiro e não me lembro de como agora, foi adotada por um casal aqui do Sul. Pois bem, fiquei sabendo segundo a minha professora e mais uma colega que a criança tinha família, mas acabou indo parar num albergue junto com o seu irmão que também foi adotado junto por este casal.
O que estou querendo dizer? Nesta disciplina estamos estudando sobre aprendizagem, mas há um ponto muito importante que é a nossa história pessoal inscrita no próprio "corpo" que é uma aprendizagem constante.
Se não vejamos, quando alguém nos pergunta sobre aquele tombo ou machucado poderemos descrever claramente a dor que sentimos. É como se fosse uma surra porque você pode ter até apanhado, mas nunca se esquecerá da dor que sentiu e o que isso implicou na sua vida.
Penso que com essa criança deva ter acontecido algo assim porque para ficar albergada não é por acaso, e parece (não estou certo disso) que apanhava.
Na anamnese, a sua mãe falou que a criança era distraída e que teria TDA (Transtorno de Déficit de Atenção) porque tem dificuldade de atenção e costuma "viajar". Além desta dificuldade ela tem problema de desvio, ou seja, troca de letras.
Se ela tem essas dificuldades é porque há "um bloqueio", quem sabe, por ter sofrido bastante, sendo que foi adotada quando já mais ou menos a noção do que acontecia ao seu redor.
Até tentei interagir com a paciente, mas a minha colega tirou de letra, leva mais jeito, fora que foi ela que fez a triagem da minha paciente e por isso estou pensando em passar o caso para esta colega e pegar outro.
Já combinamos que semana que vem a minha paciente não virá porque irá viajar e com isso observarei a minha colega atendendo, se me sentir mais a vontade com o paciente da minha colega aí nos iremos trocar.
Ficou evidente que a criança embora estivesse tímida na primeira consulta tenha ficado mais a vontade com a minha colega.
Estou vendo as possibilidades e semana que vem tomarei uma decisão se troco ou não de paciente.
Abraço a todos!
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