Na cidade em que moro há um senhor que toca sanfona (em algumas regiões a sanfona denomina-se gaita). Ele geralmente fica em alguns pontos da cidade como o "paradão" a onde passam todos os ônibus, a rodoviária e também em algumas esquinas do centro, coloca um pote a onde as pessoas depositam as suas moedas como forma de ajudá-lo. Detalhe: Este senhor é deficiente visual, é cego.
Já o vi várias vezes tocando a sua sanfona, mas talvez nunca tenha me sensibilizado como neste último sábado.
Não que eu seja insensível em relação às pessoas com deficiências e outros tipos de limitações, longe disso, mas nunca prestei atenção nas coisas como elas realmente são.
Durante a manhã de sábado (ontem) fiz a locução nos fundos da loja e a tarde fui fazer na frente da loja. A diferença de um lugar para o outro é que os fundos da loja não tem muito barulho e com isso consigo perfeitamente fazer o meu trabalho sem ter que competir com o barulho dos carros que embora passem na rua de trás não chegam a perturbar, já a frente é outra situação porque o fluxo de veículos é maior e isso exige que eu fale um pouco mais alto aumentando a intensidade (o volume) do microfone na caixa de som porque se não faço isso acabo prejudicando a minha garganta.
Então fui lá pra frente e animadamente comecei a locução, estava bem criativo para improvisar o que iria falar.
Comecei a falar e aí ouvi o sanfoneiro tocando a sua sanfona, pensei... vou ter que competir com o barulho dos carros e da sanfona, mas nem me preocupei muito com isso, fiz o meu trabalho normal e tudo transcorreu da melhor forma até que algo me sensibilizou.
O relógio marcava umas seis e pouco, faltava pouco tempo para fechar a loja e aí o sanfoneiro tocou uma música que sei lá, é difícil explicar, mas me emocionou de certa forma. A música era "O Milionário" da banda "Os Incríveis" da época da Jovem Guarda.
Era impressionante ver como este senhor tocava a sanfona, a sua musicalidade, parecia que tocava com a alma, e acho que o que me tocou mesmo, foi o fato dele ser cego e mesmo tendo esta deficiência, ele mostra um poder de superação incrível ao encarar essa adversidade.
Pensei comigo: Deus pode não ter dado a visão para este homem, mas em compensação deu um dom que muitos gostariam de ter e não tem.
Juro que se não tivesse na loja teria deixado cair algumas lágrimas porque na minha frente vinha um senhor que apesar da sua limitação visual estava lá levando a alegria e a emoção com a sua sanfona. Aquilo me comoveu e até dei umas moedas pra ele e pedi que Deus o abençoasse.
Abraço a todos!
Sigo na luta!
Olá Ikki.
ResponderExcluirAqui em São paulo existem alguns deficientes que tocam na 25 de março, e ganham algumas moedas por isso.
da mesma forma existem outros deficientes na cidade de campinas, que tocam na 13 de maio.
ainda bém que algumas pessoas se semcibilisam com isso.
creio eu que não tiveram oportunidade de estudar, pq antigamente as coisas eram mesmo muito mais caóticas para os deficientes.
como vc ja sabe a um bom tempo, eu sou cega, e estou lutando pra conseguir me formar.
e apesar das dificuldades, sempre enfatisei as coisas boas que essa deficiencia me deu, como por exemplo, conhecer pessoas maravilhosas, que tem um coração humilde, e q ja me ajudaram muito.
vc pode ler isso na minha penúltima postagen!
em fim, deus não da o fardo > do q possamos carregar, embora às vezes paressa o contrário.
bjs.