terça-feira, 12 de abril de 2011

O Paciente com Desvios

Depois das postagens comecei a transcrever foneticamente as palavras que meu paciente falou na semana passada. Abri a gravação do atendimento que tinha no Pen-drive e escutei.

Durante o atendimento realizado na semana passada senti sérias dificuldades para fazer o paciente falar algumas palavras, por exemplo, na minha lista tinha a palavra bicicleta e aí eu pegava o desenho e perguntava o que era e ao invés de falar da forma correta, ele falava "bici". Nisso que quando ele dizia "bici", eu falava da forma certa, ia para outra figura e depois voltava para a anterior e nada de ele falar "bicicleta".

Outra dificuldade que ficou evidente na gravação é que o paciente não aguentava mais ter que responder a este protocolo de Avaliação Fonológica da Criança, porque estava exaustivo, eu tinha que voltar para umas figuras para que o paciente falasse as palavras.

Enquanto atendia, a professora me observava pelo vidro da porta, até que ela entrou para me dar um "suporte" porque estava mais perdido que cego em tiroteio.

E aí, ela me mostrou o que deveria fazer e fez uma brincadeira que me deixou muito constrangido, ainda mais que a mãe ou avô estava acompanhando aquele paciente no atendimento. A professora brincando, perguntou para a mulher que nota ela me daria, lógico que a senhora não falou nada, apenas riu talvez de nervosismo e antes de sair à professora disse que eu deveria estudar bem os protocolos para que quando fosse aplicar nos pacientes não passasse por este perrengue.

Escutando a gravação percebi que estava nervoso, embora não demonstrasse, mas o nervosismo se deve porque eu queria fazer direito aquilo, mas não estava conseguindo.

Olha, quase fiquei surdo por causa dos chiados que escutei no fone de ouvido e também porque como estou no laboratório de informática da faculdade, não tenho como escutar a gravação de outra forma, sendo que o computador não tem caixinhas de som, daí complica um pouco, mas pelo menos consegui terminar de preencher o bendito protocolo e agora tenho que contar quantas consoantes ele fez e deixou de fazer e escrever quais letras que ele trocou nas palavras.

Concluindo o exame, constatei que o meu paciente tem trocas de letras e agora terei um trabalho árduo pela frente que é tentar ajudá-lo como terapeuta. Não será uma tarefa nada fácil.

Espero poder ganhar a confiança não só do paciente, mas também da mãe ou avó que o acompanha no atendimento porque isto é essencial.

Abraço a todos!
Sigo na luta!

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