domingo, 24 de outubro de 2010

Comecei a "abrir jogo": Falei para minha mãe e irmã que estou com depressão


Estes dias de amargura, tristeza, melancolia e apatia não tem sido fáceis pra mim porque como sempre digo, oscilo bastante e tudo vai depender do que acontecer durante o meu dia.

Neste sábado estive na casa da minha mãe (ela estava de aniversário) e pude conversar bastante com ela e com a minha irmã a respeito dos meus problemas.

Enquanto conversava com a minha irmã o seu celular começou a tocar, era o meu pai e logo de cara imaginei sobre o que ele queria falar pra ela. Os dois ficaram mais de meia hora no telefone e eu já havia deduzido tudo.

Depois desta longa conversa perguntei para a minha irmã se era sobre mim que eles haviam falado e ela confirmou tudo, dizendo que o meu pai havia dito que eu gosto de ficar sozinho e que quando me pede para fazer algo, eu faço sem vontade, que eu sou "desligado", que sempre fica sozinho na sala porque estou no meu quarto e outras coisas mais que não me recordo agora.

Não o condeno de pensar assim ao meu respeito, até porque não me vejo como um bom filho devido aos problemas que tenho e também por não poder dividir o que se passa comigo com ele porque sei que não contarei com a sua compreensão.

Bom, sentamos os três na mesa: a minha irmã, a minha mãe e eu. Comecei a desabafar de que tanto elas como o meu pai não faziam idéia de como me sentia e do que se passava comigo porque é muito fácil "alguém de fora" avaliar de forma equivocada sem saber o que realmente passa na minha cabeça.

Falei que estou apático, triste, abatido e que tento "colocar uma mascara" fingindo que não há nada de errado.

Minha mãe tentou me apoiar dizendo que quando as coisas melhorarem, ela irá pagar um curso de informática que me encaminhe para o mercado de trabalho. A minha irmã por sua vez falou que os nossos pais não são eternos e perguntou o que faria quando eles não estivessem mais aqui, em quem poderia "me agarrar"? Apenas fiquei quieto e depois falei que o principal culpado de tudo era eu por ter deixado que esta situação chegasse neste ponto, ou seja, se "tivesse batido o pé" no início de que o curso de Fonoaudiologia não era o que queria com certeza tudo seria bem diferente.

Tivemos uma conversa boa, um diálogo aberto e acabei quebrando a minha promessa de que não contaria que iria começar a tomar antidepressivos, mas falei porque já estava num ponto que não agüentava mais. Será que é tão difícil de se colocarem no meu lugar?

E outra coisa que a minha irmã me falou é de que eu não tinha fé e nem acreditava em Deus, o meu silêncio apenas confirmou parte do que ela falou. Não me considero Ateu até porque há momentos que quero acreditar em Deus, mas há outros que não acredito. Se ele existe, só ficarei sabendo depois que morrer ou não.

Conversamos bastante e depois fui embora. Cheguei no centro e do nada resolvi de que tinha que cortar o cabelo até porque está grande e também estou com barba de uma semana e isso já dá um aspecto depressivo. Cortei o cabelo, mas vou deixar a barba, por enquanto.

Enquanto caminhava de volta pra casa, só pensava em como agir e como o meu pai iria me tratar depois de tudo que ele falou a meu respeito para a minha irmã, mas foi tudo tranquilo e não aconteceu nada de mais, tentei ser normal fazendo um esforço descomunal (até rimou).

Neste domingo vai ter churrasco e tomara que não ocorra nenhuma chateação, assim espero.

Vou ficando por aqui, os meus olhos já estão ardendo.

Abraço a todos e bom resto de fim de semana!


Um comentário:

  1. Já é um passo muito grande que voce está dando amigo, contar a seus parentes mais próximos o que realmente sente é um peso que voce tira das costas.

    Caso seu pai não entenda sua situação, diz a ele para pesquisar sobre o assunto, ele vai descobrir que depressão é algo sério e não algo pífio!

    Um abraço!

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