Me Tornei Locutor!

Estava "louco" para acessar o blog novamente e escrever. Muitas coisas aconteceram nestes dias em que fiquei "fora". Coisas boas e coisas ruins, se escrever tudo o que ocorreu nos últimos dias estarei escrevendo um "jornal" e por isso quero me centrar nas coisas boas.

Na última sexta-feira estava muito triste e abatido, perdido e sem saber e sábado foi tudo diferente porque estava trabalhando e como diz Chico Xavier não necessariamente nestas palavras, mas é algo do tipo assim: o trabalho engrandece a pessoa fazendo com que se esqueça dos problemas.

Posso dizer que durante o tempo que fiquei na loja, trabalhando como fiscal, a minha mente estava completamente voltada para o trabalho é claro que às vezes me lembrava da faculdade e me abatia, mas depois esquecia e me concentrava no meu trabalho.

Mudando de assunto, no sábado em que fiquei na loja a minha irmã e a minha mãe passaram por lá e me colocaram "numa fria". Ao conversar com a gerente, ambas disseram que poderia ser aproveitado como locutor até porque modéstia a parte tenho uma boa voz e também porque faço algumas imitações.

Depois que elas foram embora à gerente muito simpática se aproximou de mim e disse para que observasse o locutor que estava anunciando as ofertas da loja e que queria também me testar como locutor. Fiquei com um frio na barriga e nervoso por ter que me expor deste jeito, mas este era um desafio, ou melhor, uma oportunidade que Deus quem sabe colocou pra mim e não poderia desperdiçá-la de jeito nenhum.

Durante aquele dia exerci a função de fiscal de loja e de noite ao chegar em casa, me sentia feliz e nem lembrava mais dos problemas.

Contei a novidade para a minha madrasta e ela me deu total apoio, meu pai, bem o meu pai, meio que debochou de mim, mas nem dei bola. De noite na sacada de casa ele perguntou:

- Quem é que teve a idéia de te colocar como locutor?

- Foi à gerente da loja -- Retruquei

- Tá, mais isso não vai atrapalhar os teus estudos -- Perguntou preocupado com a minha faculdade

- Não. Não vai atrapalhar, até porque não vejo a hora de terminar essa faculdade para poder fazer outra coisa que realmente goste -- Nesta hora comecei a ser estúpido. Se alguém quer me ver de mau humor é só falar da faculdade.

- E que curso tu queres fazer. -- Perguntou o meu pai.

Nesta hora fiquei em silêncio porque não ia adiantar falar nada. Falar com o meu pai sobre isso é a mesma coisa que falar com uma parede, ou seja, ele não aceita e tão pouco me ouve.

Falei também que as pessoas viam o que eu tinha de bom e aí ele me indagou:

- Então quer dizer que eu não vejo o que tu tem de bom?

- Não Pai. Não vê. -- Respondi talvez com a coragem que me faltara em algumas ocasiões.

Meu pai não gostou da forma como falei e me deixou sozinho, também fiquei chateado e fui para o quiosque me deitar na rede para pensar na vida e no que fazer, mas quero deixar claro que não chegamos a brigar tanto que depois meu pai me deu "boa noite".

Domingo fui visitar a minha mãe e lá peguei o laptop que meu pai emprestou a ela e comecei a escrever mais ou menos o que iria falar. As idéias vinham em minha mente até porque não poderia só pegar a relação de preços e ler. Eu teria que chamar o cliente e isso já estava gerando uma grande preocupação, mas mesmo assim o meu texto ficou muito bom. A gerente elogiou muito a forma como escrevi.

E ontem foi o meu "batismo de fogo" vocês não fazem idéia de como foi difícil pegar o microfone e falar as primeiras palavras. No início me trancava no banheiro, lavava o rosto, olhava para o espelho tentando me encorajar e aí tentava de novo.

A minha sorte é que a gerente e as pessoas que trabalham lá me deram muita força e isso de fato foi muito importante porque logo, logo fui me "soltando" e quando dei por mim já estava improvisando o que iria falar sem precisar do texto. Falei tanto que no final do dia já estava com uma dorzinha na garganta.

A gerente me convidou para trabalhar outros dias lá e eu aceitei. Agora trabalho nos sábados, nas terças e nas sextas-feiras e o que posso dizer é que estou muito feliz e isso não tem preço.

Abraço a todos!