sábado, 25 de maio de 2013

Um pequeno incomodo com meu pai.


Sabe quando tudo parece estar bem e de repente acontece algo que te derruba. Hoje de manhã tive um incomodo com o meu pai. Antes de qualquer coisa gostaria de comentar que tenho tentado tirar o "rotulo" de TDA e Distímico. Já usei esses dois problemas para justificar os meus atos. O problema é que preciso lidar com a incompreensão do meu pai. A nossa relação é muito difícil e aqui no blog dá pra conferir um histórico de coisas que escrevi a respeito dele.

Sobre o incomodo que tive, meu pai voltou do mercado com as compras e pediu para que descarregasse o carro. Tirei as compras e ao guardar os ovos deixei os velhos embaixo e os novos coloquei em cima dos velhos. Meu pai, sem brigar chamou minha atenção dizendo que tinha que ser "mais ligado". Fiquei quieto, não falei nada. Depois ele pediu um prato para poder colocar um pedaço de carne para descongelar e eu vendo o tamanho da carne peguei um "pratinho". Pronto! Tive que ouvir um monte de coisas que tentarei reproduzir porque minha memória é falha. Meu disse que eu ia sofrer muito na vida, que não sabia fazer nada, não sabia o que era levar "mijada" de patrão e o que seria de mim quando ele morresse. Eu ia ouvindo e falando baixo "por favor,", "por favor". Meu pai me cobrou que não estava indo atrás de emprego, que não ia procurar as escolas para oferecer os meus serviços de fonoaudiólogo e que eu precisava ter atitude.

Fiquei irritado com o que ouvi e passei a retrucar que passei seis anos estudando uma faculdade, sem ter como trabalhar porque o curso era diurno o que me impedia que tivesse um turno livre e que deixei que mandasse demais na minha vida sem poder impor a minha vontade. Meu pai me indagou sobre qual curso gostaria de ter feito e eu falei que queria ter feito jornalismo e aí ele perguntou: "quem vai te contratar?”.

Ele disse que tinha falhado comigo e que era para tomar uma decisão. Acontece que não fez um ano que me formei. Trabalhei numa clínica como terapeuta e não dei certo, mas agora estou correndo atrás. Deus colocou uma pessoa no meu caminho, uma colega de profissão. Tenho realizado audiometrias toda semana pra ela e com isso estou ganhando pouca coisa, mas a tendência é que surjam outras oportunidades de trabalho. O problema é que não vai ser da noite para o dia que conseguirei um emprego em que ganhe quase R$ 2.000,00. Não é bem assim. Tudo se dá aos poucos.

Em relação às escolas, meu pai gostaria que eu fosse a algumas para oferecer os meus serviços para os alunos que tem dificuldades de aprendizagem e de linguagem, só que essas instituições não contratam fonoaudiólogos. Há algumas semanas visitei uma escola estadual em que minha mãe trabalha como servidora pública, a professora me contatou para falar a respeito de uns alunos com problemas de linguagem. Deixei claro que poderíamos conversar numa boa, sem compromissos e até hoje não obtive retorno.

A realidade é que alguns pais não enxergam problemas nos seus filhos. Lembro que na Clínica-Escola de Fonoaudiologia questionava os pais sobre o motivo que trazia os seus filhos ao atendimento fonoterapêutico e a maioria respondia que a escola que havia encaminhado. É bem assim.

É complicado falar, passar por essas situações não é nada fácil. O psicólogo do CAPS disse que meu pai teria obrigação de pagar um tratamento pra mim e que eu era o responsável por estar nesta situação e meu pai o corresponsável.

Enfim, vou levantar a cabeça mais uma vez e tentar dar a volta por cima. Já superei tanta coisa e como cristão deixo tudo nas mãos de Deus e nosso senhor Jesus Cristo.

Abraço a todos! 

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