quarta-feira, 29 de maio de 2013

O TDA e a situação que passei hoje com o meu pai

Sempre usei este espaço como o "muro das lamentações" porque não tinha com quem desabafar as situações e os problemas que passava.
Ultimamente tenho tentado ver a vida com outros olhos, mas há momentos em que tudo parece desabar em questões de segundos. 
Não estou muito a fim de escrever e por isso reproduzirei a mensagem que enviei para a minha madrasta contando sobre a situação que passei com o meu pai hoje.
Ana,
 
Você é uma pessoa muito ocupada e eu sei bem disso. Não deveria importunar, mas temos que lidar com situações na vida, sejam elas adversas ou não.
Conversando com uma amiga que fora diagnosticada com TDA percebi que tinha aceitado o rótulo de ser um TDA. E ter TDA não nada fácil ainda mais sem tratamento e sem terapia.
Quando fui à Cidade Vizinha com a Lúcia, deixei bem claro que se eu fazia as mesmas perguntas sobre determinados procedimentos da clínica era porque tinha a dificuldade de manter o foco e a atenção, tanto que anotei todas as instruções que ela me passou referentes às empresas que mandam funcionários para realizem audiometrias ocupacionais. Posso dizer que graças a Deus ganhei a confiança dela e isso pra mim é muito bom.
A questão é quando há a incompreensão. Somos tachados de rebeldes, irresponsáveis, preguiçosos. O problema é que o nosso cérebro funciona diferente das pessoas que não tem o transtorno.
Sei que estou me fazendo de coitado, de vítima, mas é que dói demais ter que passar por isso. Tenho lutado contra mim mesmo e às vezes, talvez seja um tanto impulsivo nas minhas atitudes sei lá.
Eu tenho grande dificuldade de executar ordens complexas (quando exige mais de uma coisa).
Acho que nunca comentei isso, mas você já deve ter percebido. Quando meu pai me pede para fazer algo fico extremamente nervoso, preocupado, meus batimentos cardíacos aumentam e o meu rosto começa a pegar fogo. Fico perturbado e mais preocupado em não errar do que fazer o favor.
Hoje devido ao tempo chuvoso retornei mais cedo pra casa e meu pai disse que deveria ir ao Fórum pagar um guia, protocolar quatro vias e entregar duas no setor de distribuição. Ele me explicou tudo certo.
Ao chegar ao banco já estava nervoso, preocupado em não misturar as vias que deveriam ser protocoladas e as que deveriam vir de volta. Ele disse que qualquer coisa era para eu ligar.
Paguei a guia e me sentia perdido com medo de errar acabei ligando pra ele para perguntar o que deveria deixar e o que trazer de volta. Ele me explicou pacientemente e eu desliguei, me sentia nervoso, é algo difícil de explicar.
Fui ao protocolo e um senhor de óculos disse que como todas as vias eram iniciais deveria passar no setor de distribuição. Nesta hora eu já estava nervoso! Cheguei lá e aí uma moça protocolou uma via e me entregou outra. Ela disse que tinha uma cópia a mais e dessa forma não foi feito o protocolo.
Enquanto voltava para o carro, ia pensando em como explicar a situação. Entrei no carro e entreguei duas das vias ao meu pai e aí ele viu que uma não estava protocolada e me indagou. Respondi que o senhor do protocolo havia dito que todas eram iniciais e que deveria passar no setor de distribuição, mas meu pai não me entendeu e cobrou-me até com certa razão de eu não ter ligado e passado ele para que falasse com o responsável pelo setor. Pronto! Tive que ouvir um monte de coisas. Não tiro a razão dele, mas para mim é complicado.
O Pedro me disse certa vez que deveria entender o meu pai porque pra ele não é fácil ter um filho como eu. Em parte eu entendo, mas sofro muito com essa situação.
Por isso é que não tenho vontade de voltar pra casa. Não me sinto bem ainda mais estando na situação em que estou.
Ontem passei o dia na faculdade pesquisando clínicas que atuam na parte de medicina do trabalho. Já tenho uma relação que pretendo contatar logo para tentar oferecer os meus serviços.
Desculpe-me por alugá-la tanto. Já estou melhor. Amanhã passarei o dia na Cidade Vizinha fazendo o que aprendi a gostar que é Audiometria.
Eu alterei alguns dados como nomes de lugares e pessoas. 
O que eu posso dizer é que sigo na luta como sempre porque tudo o que mais quero é trabalhar e poder cuidar de mim.

Abraço a todos! 

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