terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tensão com a paciente

Na prática clínica estamos sujeitos a ver casos de grande complexidade que faz a gente pensar. Na teoria tudo parece ser mais fácil a meu ver e na prática é que temos que colocar todo o conhecimento adquirido ao longo do curso.

Escrevo isso porque neste semestre entrei em três estágios de fonoaudiologia e agora é que começa a "hora da verdade", a hora em que devo provar que sou capaz sim de ser um bom fonoaudiólogo.

Acontece que nunca estamos preparados para lidar com um tipo de pessoa, há não ser que tenhamos uma boa "bagagem", aí sim fica menos complicado.

Hoje de manhã eu e mais dois colegas atendemos uma paciente de dezesseis anos, a adolescente apresenta um déficit cognitivo, ou seja, tem a mentalidade de uma criança de nove a dez anos.

Duas colegas fizeram a anamnese com ela e depois a paciente foi encaminhada para as avaliações audiológicas.

Nós nos apresentamos e explicamos como iria ser audiometria, aquela coisa de que é um exame tranquilo e rápido. Começamos com a audiometria tonal, meu colega que fez esta parte da avaliação. Coube a mim depois da áudio fazer o IPRF (Índice Percentual de Reconhecimento de Fala) e o SRT (Limiar de Recepção da Fala).

Quando ele estava fazendo a audiometria tonal da paciente num determinado momento aconteceu algo que nos surpreendeu, algo que não esperávamos que inclusive nos deixou sem ação diante da situação.

A paciente ao invés de responder à audiometria levantando o braço correspondente a orelha que era avaliada, começou a dar socos na cabine. Para ela isso era um tipo de resposta, mas para nós era estranho e não sabíamos como proceder com ela até que a professora entrou, interrompeu o exame, abriu a porta da cabine e começou a conversar com a nossa paciente. Ela estava lacrimejando, mas para nós disse que era apenas uma alergia. Minha professora "quebrou o gelo" com a paciente e em seguida recomeçamos o exame. A audiometria tonal não apresentou nenhum problema, mas ainda era preciso avaliar o SRT e o IPRF.

Então peguei as fichas e me deixei dominar pelo nervosismo, tanto que minha colega teve que me auxiliar porque se não iria fazer tudo errado.

E aí faltava o exame da imitanciometria, a colega que me ajudou fez o exame na paciente e transcorreu tudo bem, embora tivemos que parar porque a paciente era muito agitada.

Terminamos as avaliações e conversamos com a professora, demos boas risadas da situação. Só pra deixar claro não riamos da paciente, mas sim de todo um contexto, como se deu a sua avaliação, o nervosismo ao avaliá-la, enfim.

Esse atendimento serviu de lição e pra reforçar o quanto precisamos interagir com o paciente, temos que passar segurança e não insegurança. Precisamos fazer com que ele confie em nós

Semana que vem a paciente retornará para dar prosseguimento às avaliações e até lá espero estar mais calmo e seguro de mim mesmo.

Abraço a todos!

2 comentários:

  1. Olá Ikki!

    É isso aí, você será um competente fonoaudiólogo.

    E realmente, a escrita nos traz bastante benefícios, entre elas a de organizar nossas ideias.

    Boa sorte!

    P.S: Jura que você compõe? Qual é seu gênero musical favorito?

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  2. Obrigado Anselmo! Na vida às vezes é preciso encarar "umas pedrera" para aprender e evoluir. Alguns aprendem com os erros e outros não.
    Espero poder fazer o melhor possível.
    Sobre compor, depende, um estilo romântico, um estilo rock por aí...

    Abraços!

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