Este post escrevi ontem a tarde e estou postando às 08h:38m desta segunda-feira
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Há momentos na vida em que você se sente um nada, um lixo. Sem saber o que fazer, sem poder se defender enfim. Cada um de nós passa por situações e comigo não é diferente. Hoje (domingo) passei por uma situação que reforçou ainda mais isso.
Acho que tudo começou ontem à noite ao chegar em casa. É uma história um pouco longa, tentarei resumi-la. O pastor da minha igreja me convidou e mais uns jovens da mesma faixa etária que a minha para montarmos um grupo que visasse em colaborar com a igreja, mas também serviria para nos reunirmos e jogar conversa fora.
O primeiro encontro acabei faltando por questão de horários e o outro acabei indo e foi bem legal. Passada duas semanas, fui para o encontro na escola, mas não consegui entrar, chamei o pastor e nada.
Semana passada ao sair do culto minha amiga que participa do grupo junto com o seu namorado me chamou. Conversamos e expliquei pra porque tinha faltado na semana anterior. Ela então falou da visita que faríamos para o Lar de Padilha mantido pela mantenedora do colégio que estudei e igreja. Neste lar a crianças abandonadas, maltratadas e abusadas e o objetivo desta visita era conhecer o local, pois o nosso grupo iria colaborar pra angariar fundos para este lar.
Bem, ontem tive curso na faculdade das 08h30min até às 16h30min. Terminado este curso, fui a pé até a igreja e isso dá mais ou menos uma hora caminhando. Nem lembro que horas eram quando cheguei, mas ainda era cedo. Resolvi ir a uma padaria comer alguma coisa e depois retornei. Sentei num muro baixo, abri minha mochila e peguei o livro sobre terapia fonoaudiológica para casos de desvios fonológicos e comecei a estudar.
As horas se passaram e eu comecei a caminhar até a outra entrada do colégio e nada, não tinha ninguém a minha espera. Retornei para o mesmo local e fiquei até às 20h40min.
Essa espera estava me irritando ao mesmo tempo em que me deixava mais chateado ainda. Pensei em ligar para minha amiga, mas ao abrir a carteira não encontro o cartão telefônico para poder ir ao orelhão e ligar pra ela.
Então resolvi ir embora e fui a pé para o centro levando mais ou menos uns 40 minutos e depois para casa aonde levei mais 30 minutos. E tudo isso para não gastar os R$ 20,00 que meu pai tinha me dado.
Cheguei “podre” em casa. Cumprimentei a todos e meu pai perguntou como tinha sido o encontro e eu retruquei que não houve encontro porque fiquei esperando pelo pessoal e nada e aí ele começou a falar que eu tinha dito a ele no dia anterior que ligaria para minha amiga, fato que neguei, pois não lembrava de ter dito isso a ele; que eu tinha que ser mais responsável e honrar os meus compromissos porque se não as pessoas se afastariam de mim e por aí vai...
Tomei minha água, subi para o quarto e em seguida liguei o computador, chequei e-mails, acessei o Facebook e li o status da minha prima no qual dizia que a situação estava difícil e que pedia forças pra Deus para superar tudo. Ela se referia ao meu tio que está com câncer, nem quero comentar muito, mas fiquei triste, porém enquanto houver sol, houver vida é preciso acreditar que as coisas podem melhorar. Deixei um comentário passando força para esta prima e desliguei o computador.
Estava “baqueado” pela situação do meu tio e também por ter ouvindo aquelas coisas do meu pai.
Agora eu digo, a gente afasta as pessoas de nós se formos mesquinhos, egocêntricos, se não tivermos a humildade de aceitar as diferenças do próximo. É isso que acontece.
Me estendi demais, sei e até peço desculpas, mas preciso desabafar porque tem mais coisa aí.
Hoje de manhã acordei pelas 09h00min e minha madrasta perguntou se queria uma carona até minha mãe. Do jeito que falou pensei que ela que me levaria, mas não.
Coloquei minha roupa e neste meio tempo meu pai buzinava para me apressar e eu neste momento passava gel no cabelo. Fazendo um parêntese, apesar de reclamar de minha aparência considero-me vaidoso e um grave defeito que tenho é ficar vários minutos ajeitando o cabelo com gel até ficar como quero.
Minha madrasta foi até a cozinha e disse para me apressar porque meu pai queria que eu palpasse duas passagens, mas falei que tinha que arrumar o meu material e que iria comer algo antes de sair.
Já estava percebendo o nervosismo e disse que se era para me estressar preferiria ir de ônibus, nem que fosse a pé até o centro e depois pegasse um até a casa de minha mãe.
Então meu da cozinha gritou que era descer junto, mas eu nem estava pronto e eu falei que não desceria naquele momento e ele me ordenou dizendo que não era pra falar nada e que quem mandava em mim era ele.
Ouvindo aquilo me senti um lixo, tenho 24 anos, acho que não precisaria ouvir aquilo.
Ele subiu até o meu quarto “me intimou”, penso que se eu respondesse pra ele, com certeza acabaria me agredindo.
Desci as escadas e ele atrás de mim; vi a porta da cozinha aberta e sai correndo em disparada para o campo de futebol da minha esquina e me escondi.
Não! Eu não iria andar de carro com ele daquele jeito e ainda por cima tendo que ouvir um monte de absurdos.
Voltei pra casa e falei com a mãe da minha madrasta, disse para ela que meu pai é uma pessoa totalmente desequilibrada, que precisa se tratar, que todo mundo tem medo dele e que se ousasse a me bater iria denunciá-lo na delegacia.
Falei tudo isso e sai.
Cheguei na minha mãe e quando a abracei ela começou a chorar e eu também. Ela chorava pelo meu tio e eu pelo ocorrido com o meu pai. Estou triste pelo meu tio, mas enquanto houver esperança acreditarei até o fim.
Chorei bastante e pensei no dia em que meu pai morrer o que ele deixará para mim. Não adianta deixar bens materiais mesmo que seja importante, mas o que importante numa pessoa é o fato de ser boa. No caso de um pai, ele precisa ser amigo dos seus filhos e não aquele que só dá ordens e cobra.
Nestas horas lembro-me do Eraldo, do jeito que me abraçava e apertava minha mãe, dos momentos em que sentava comigo e oferecia uma cerveja, ou da vez em que foi até minha casa com sua esposa e filhos e ficou me olhando de um jeito como se estivesse preocupado comigo. Ele mesmo dizia que eu era novo demais para ser uma pessoa triste. Saudades de você Campeão!
E aí penso no meu pai. Pra mim ele está mais para general do que para pai. E outra coisa se ele diz que afasto as pessoas por não honrar compromissos o que pode ser dito dele? Ele com a sua atitude de querer saber mais do que os outros, de sempre se achar com razão faz com que as pessoas também se afastem dele.
Não sei o que pode acontecer, mas se ele inventar de me agredir irei procurar a ex-mulher dele e aí ele vai ver o que é bom pra tosse. Procuro ser uma pessoa boa, educada, mas tem coisas que não posso tolerar como ser tratado como uma criança de 10 anos apesar de ainda ser imaturo para muitas coisas.
A ex-dele também é advogada e se ele fizer algo, entrarei com um processo contra ele para que me pague pensão até consegui um emprego.
Vamos ver o que acontece. Tenho duas semanas ainda, duas semanas difíceis. As professoras disseram pra mim que está bem difícil para eu passar nos estágios, mas, contudo tenho duas semanas. Não posso deixar que essas brigas, esses incômodos atrapalhem o meu rendimento. Preciso levantar minha cabeça.
Abraços!