quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Repensando Tudo

Desde ontem à tarde tenho pensado, pensado e pensado a respeito do meu futuro, da fono, se demoraria para arranjar emprego. Várias coisas se passavam pela minha mente.

Sei que é cansativo abordar o mesmo assunto, mas confesso que estou indeciso, "balançado". Não sei se vocês conseguirão me compreender.

Comecei a viver outra realidade quando fui nas agências de emprego porque vi pessoas que também buscavam uma oportunidade e há pouco tempo eu só estudava e estudava.

Admito que sempre fui um chato, um mala por vir aqui várias vezes reclamar do curso de fonoaudiologia. Muitas vezes utilizei este espaço para me queixar e lamentar a respeito das minhas dificuldades em relação ao curso e, no entanto, agora, parece que estou pendendo a voltar a cursar o curso que tanto reclamei.

Como escrevi no outro post, estava me sentindo "estranho". Comentei isso com a minha irmã e ela falou que isso era porque eu havia me acostumado com um tipo de rotina, ou seja, todo dia acordava às seis e meia da manhã, me arrumava e ia para a faculdade. Fui obrigado a concordar com ela.

De repetente tudo mudou para mim, tranquei a faculdade e comecei a "correr" atrás de emprego.

Ontem a tarde estava bem deprimido, sai do Campus I e resolvi cortar o cabelo para tentar melhorar a minha aparência porque se dependesse de mim eu deixaria cabelo e barba crescerem.

O barbeiro me perguntou se ainda estava estudando, disse que não e que estava atrás de emprego. Ele percebeu o meu abatimento e até me convidou para que fosse num culto com ele. Educadamente agradeci o convite e disse que não poderia ir, mas quem sabe outra hora.

Depois que cortei o cabelo fui para o Shopping e lá fiquei por um tempo e em seguida peguei o rumo de casa. Na verdade nem estava a fim de retornar porque meu pai continua chateado e ríspido comigo.

A única coisa que tenho coragem de dizer pra ele é: "bom dia", "oi". Só essas coisas.

E como a minha madrasta estuda de noite daí a coisa piora porque é só o meu pai e eu em casa. Então ao chegar em casa o cumprimentei e ele rispidamente me respondeu. Fui tomar o meu banho e após isso fui para o quiosque, coloquei a rede e fiquei lá deitado.

Me sentia mal por causa desta distância entre mim e ele, mas do jeito que estava não tinha coragem de conversar com ele, inclusive a conversa que meu pai teve comigo se deveu a minha madrasta que o acalmou.

Deitado na rede fiquei pensando se a decisão que havia tomado era certa ou não, me lembrei das aulas de uma professora que gostava tanto e de como a gente se divertia, comecei a imaginar a minha formatura e também um relacionamento com uma menina de olhos azuis claros (escrevi até poemas pra ela). Tudo imaginação é claro! Esta guria nem imagina que fui afim dela, mas também acho que nem faço o seu tipo.

Pensando essas bobagens todas cheguei a seguinte conclusão: ao terminar o ensino médio (a melhor fase da minha vida) comecei a entrar em depressão porque não via mais os meus amigos com frequência, não tinha mais as rodas de violão, as brincadeiras, o futebol no recreio (quando a gente improvisava uma lata de refrigerante como bola), aquela convivência diária. Perdi isso tudo. Inevitavelmente as coisas tinham que mudar. Ingressei na faculdade e estava "rodeado" de mulheres, me sentia deslocado pelo fato de ser o único homem e não ter com quem conversar.

Essa tristeza que sempre senti acabei direcionando para o curso, quando que na verdade a minha infelicidade era pelo fato de ter me tornado uma pessoa sozinha, longe dos amigos, colegas de colégio.

Pode ser que não seja isso que escrevi, mas uma coisa eu posso dizer: como sinto falta dos meus amigos, quem sabe se não tivesse me afastado totalmente e tivesse buscado manter contato as coisas não seriam diferentes agora.

Apenas uma reflexão que tive ontem à noite.

Esqueci de comentar, a minha irmã me perguntou como estava me sentindo e eu respondi que me sentia "anestesiado", que não estava feliz e nem triste por ter cancelado o curso. Ela me falou que a coordenadora passou um e-mail para o meu pai dizendo que se eu quisesse voltar atrás, teria mais duas semanas para decidir e que os professores dariam uma atenção especial para os alunos que já reprovaram.

Pensando nas cadeiras que estudei e nas que faltavam para terminar e fazer colação de grão, confesso que fiquei balançado porque me faltaria apenas 17 disciplinas para estudar e assim me formar.

A partir disso comecei a me indagar várias vezes: o que eu faço? Mandei um SMS pro meu pai, já que não tinha coragem de nem puxar assunto com ele. Pedi um tempo para pensar.

Estou pensando em conversar novamente com a coordenadora, ela foi bem acessível comigo. Pretendo abordar mais uma vez as minhas dificuldades e também a respeito desta indecisão que está me consumindo à semana toda. Porque se voltar a estudar, com certeza precisarei de apoio e isso quero deixar claro para minha professora, pois sozinho eu não consigo.

Hoje falei com a prima da minha madrasta, contei a respeito da minha indecisão e ela falou que deveria conversar com a minha coordenadora, trocar uma idéia, quem sabe fazer mais um semestre já que não falta muito e depois ver o que acontece.

Estes dias um amigo que estudou comigo também falou a mesma coisa e seriamente estou pensando nisso, ainda não cheguei a nenhuma conclusão a respeito.

Bom, é complicado de mais, tento imaginar se não tivesse esta maldita depressão, será que teria mais facilidade para tomar decisões?

Vou ficando por aqui.

Abraço a todos!

3 comentários:

  1. Oi Ikki....
    bom, ex aí um grande ponto de interrogação que vc tem pra resolver.
    ja que vc descobriu q o q te incomodava não era o curso, e sim a questão de estar " sozinho", eu te aconselho a voltar.
    ja pensei em trancar a minha faculdade também, pois eu vivo dificuldades diárias por la, não é fácil sabe, mais em nome do mercado, e da minha escolha pessual, eu continuo firme e forte.
    se eu preciso de um lugar ao sol, eu tenho que meresse-lo.
    que eu vou oferecer pro mercado, tendo apenas o ensino médio, e alguns cursos?
    se ele exige mais, quer dizer que eu sou capaz pra lhe dar mais do que eu tenho!!!!!!
    mesmo q a fono audiologia não seja sua práia, vai poder ganhar seu pão com isso, e seguir rumo a um outro curso que seja a " sua cara!".
    de acordo???????
    pense, ainda da pra voltar atrás, ainda da pra reparar o erro.
    reflita com carinho, antes que seja tarde demais.
    um abraço,
    dorinha.

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  2. Valeu Dorinha!
    Tomar decisões é algo muito complicado ainda mais quando tem um futuro em jogo, mas conversarei com algumas pessoas entre elas a coordenadora do curso. Não quero ter que enfrentar estas dificuldades quando terminar o semestre.

    Bjs! e Obrigado pela força!

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  3. oioi, iky.
    bem, eu já pensei muuuuuuuitas vezes em largar a facul qd eu estudava, pois eu sou cega e tinha dificuldades imensas em matemática financeira, e o prof não se importava nem um pouco se eu tava ou não aprendendo a matéria. terminei a facul e hoje sou formada em administração de empresas, que nunca foi o curso dos meus sonhos.
    portanto, se é dificil pra ti tomar essa decisão, imagine vc puro, sem a depressão, e veja o que o iky, aquele que não tem nenhuma depressão quer. esquece da depressão e pense nos teus sentimentos, esquecendo das dificuldades, espera elas surgirem pra depois pensar nelas.
    mas quando decidir, se decidir voltar, vai até o fim, independente de qualquer dificuldade. e pense numa frase: a vida é um jogo onde se ganha e perde; mas quem não arrisca, não tem direito de jogar!
    abraços e pense muuuuuito.

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