terça-feira, 11 de junho de 2013

A chance de mudar de vida

Desde que me formei comecei a travar uma nova luta, a de conseguir me colocar no mercado de trabalho. 

Iniciei a minha carreira de fonoaudiólogo palestrando com uma colega na universidade que durante seis anos foi à extensão da minha casa; depois iniciei a realizar audiometrias ocupacionais até que fui chamado para trabalhar numa clínica visando à parte terapêutica. Lá trabalhava dois dias por semana e atendia perto de 40 pacientes (20 em cada dia).

Na época que estagiava a minha predileção era trabalhar com terapia ao invés de trabalhar com audiologia, mas as coisas mudam e a gente vai tendo que se adaptar a situação.

Não dei certo porque pequei em algumas coisas como terapeuta, porém percebo que consegui fazer um bom trabalho com certos pacientes e o que mais me deixou feliz foi o reconhecimento destes em relação a mim. Como sempre digo, ter o carinho e o respeito de um paciente é algo que não tem preço.

Outro fator que talvez tenha culminado na minha demissão foi que não estava dando conta da demanda de diversas áreas que chegavam a mim.

Em dois anos de estágio trabalhei com áreas relacionadas à linguagem (no que se refere à troca de sons na fala), gagueira e disfonias (alterações vocais ocasionadas devido ao mau uso da voz). Então ao pegar casos de pessoas afásicas (que sofreram Acidente Vascular Cerebral) e um caso de autismo acabei "me quebrando" porque não sabia bem ao certo o que fazer. Fui atrás de livros, pesquisei sites, mas enfim, não deu certo e talvez não fosse pra ser mesmo.

Voltei a realizar audiometrias para uma colega como freelancer, mas não ganho o que gostaria de ganhar. 

Por exemplo, no inicio fazia audiometria ocupacional uma vez por semana numa clínica. Ficava uma hora lá e ganhava R$ 30,00. No final do mês recebia R$ 90,00. Nesse mês ganhei R$ 300,00 porque fui algumas vezes mais na clínica.

Essa luta não é nada fácil ainda mais para quem está em inicio de carreira.

Ontem recebi um e-mail de uma clínica localizada no interior de Santa Catarina no qual estavam atrás de fonoaudiólogo para atuar na parte de audiometria ocupacional e então respondi o e-mail e logo mais vieram três e-mails que também retornei. A proposta é muito boa para mim. Eles dão treinamento, o salário inicial fica em torno de R$ 2.000,00 e precisaria ter carteira de habilitação.

A pessoa que mandou a proposta foi muito simpática colocando-se a disposição para conseguir lugar para eu ficar e me apresentar pessoas do convívio deles, pois será muito complicado pra mim caso venha fechar com eles porque me afastarei da minha família e das pessoas mais próximas. Será uma mudança brusca na minha vida, terei de aprender a me virar sozinho e sem o meu pai e minha mãe por perto. Precisarei administrar isso. Sou muito sensível, porém pode estar pintando a chance da minha vida de crescer não só pessoalmente como profissionalmente.

Hoje dei a notícia para o meu pai e ele me deu total apoio, inclusive financeiro. Minha mãe ficou triste porque não nos veríamos mais todos os domingos e para matar a saudade só mesmo o telefone. Entretanto ela também me deu apoio.

Já mandei um email para a pessoa comunicando que minha família estava me apoiando na decisão de trabalhar no interior de Santa Catarina e agora estou no aguardo de sua resposta.

Minha cabeça está um nó. Penso no que vai acontecer aqui em casa na minha ausência, preocupo-me com os meus pais e com a situação que viverei se caso for contratado por esta clínica. Não é fácil, mas acho que pode estar aí à chance de melhorar de vida.

Abraço a todos!

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