quinta-feira, 20 de junho de 2013

Decisão certa? Só o tempo irá dizer

Consegui um emprego mais precisamente no interior de Santa Catarina, a 600 km de distância da cidade em que resido. Peguei o ônibus e sozinho fui para um lugar totalmente desconhecido.

Não me fixarei em detalhes porque se não vou longe. Vocês provavelmente vão pensar: Porque ele tomou essa decisão? Ainda vou chegar lá.

Há momentos que nos deixamos levar por impulsos, ou melhor, dizendo pela razão. A proposta de emprego era para eu atuar com audiologia ocupacional e o salário inicial seria de R$ 2.000,00. Fiquei tentado com a proposta e não pensei duas vezes, comprei as passagens e fui para o estado de Santa Catarina.

Ao chegar numa cidade de 40.000 habitantes no estado catarinense, conheci a clínica de fonoaudiologia que iria trabalhar, os funcionários e os donos.

Fui muito bem recebido. Primeiramente conversei com a dona da clínica, muito simpática disse que foi Deus que me colocou lá, que estava preocupada porque na clínica dela todos são cristãos e que estava perdendo uma fonoaudióloga de confiança para uma cidade vizinha e me explicou mais ou menos como funcionavam os procedimentos na clínica.

Fiquei empolgado com a nossa conversa. Depois começamos a procurar na internet em sites de imobiliárias imóveis com alugueis acessíveis. Achamos um kitinete e fomos olhá-lo de perto. O espaço era grande com um quarto, cozinha, banheiro e área de serviço.

A dona da clínica pediu que uma de suas funcionárias me levasse para almoçar. Fomos a um restaurante perto do lugar que iria morar. Almoçamos bem e depois retornamos para clínica.

De repente apareceu a fonoaudióloga que estava saindo da clínica. Fui com ela até a sala onde são realizadas as audiometrias ocupacionais e para a minha surpresa os exames tinham que ser preenchidos no computador. A fono me explicou que teria que usar dois programas, o WinAudio e o SOC. Peguei um bloco para anotar todos os detalhes, mas acabei escrevendo "coisa com coisa" estava totalmente perdido e preocupado, pois os procedimentos deles eram bem diferentes dos daqui da minha cidade e proximidades onde realizo audiometrias em que só preciso me preocupar em fazer a audiometria, o laudo, carimbar e entregar uma via para a pessoa e pronto.

Lá precisaria usar uns cinco tipos de carimbos e me ater para os detalhes dos dois programas. Para mim era muita informação e como o novo assusta eu estava apavorado, mas mesmo assim fui tranquilizado pela dona da clínica e pela fono que estava saindo da clínica que nos primeiros meses é assim e que depois eu "pegaria bem a coisa".

Um dos meus maiores problemas é "pegar a coisa". Tenho uma demora, uma latência para entender, captar informações.

Voltando a falar sobre os exames, fui testado. Precisei fazer uma audiometria numa funcionária da clínica e quanto a isso foi tranquilo.

Depois de tudo isso os donos da clínica me levaram até o terminal rodoviário onde peguei o ônibus para ir até a cidade próxima pegar outro ônibus de volta para a minha cidade.

Cheguei à rodoviária pelas 18h00min, faltava uma hora e meia para embarcar no ônibus. Nesse meio tempo me bateu uma tristeza e com ela venho às indagações: Será que conseguirei ficar longe da minha cidade, da família e dos amigos? Meu coração ficou apertado e eu não via a hora de voltar pra casa.

Embarquei no ônibus e diferentemente da ida, conversei muito pouco com quem dividiu o acento comigo. Não via a hora de voltar.

Pelas 04h00min da manhã acordo e vejo que estou na minha cidade, fico feliz e digo: "agora estou em casa". Liguei para o meu pai que me buscou na rodoviária e fomos pra casa. Isso foi num sábado.

No domingo fui ao culto, me despedi dos membros da comunidade evangélica que frequento e fui pra minha mãe.

Pensava comigo: quando é que vou ver minha mãe de novo? Quando cheguei a casa dela fui recebido com um abraço bem apertado. Meu coração estava em pedaços!

Passei o dia lá e durante a tarde minha mãe, irmã e eu nos sentamos na cozinha e conversamos. Procurei analisar tudo e percebi que não aguentaria ficar longe de tudo e que se não desse certo na clínica teria que indenizar à imobiliária, fora os imóveis que teria que me desfazer depois. 

Tomei uma decisão que não sei se foi a mais certa: A de não ir mais embora. Depois de ter decidido parece que o peso do mundo saiu das minhas costas.

Resolvi dormir na minha mãe, liguei para o meu pai a fim de comunicá-lo sobre a decisão que tomei e ele muito gentil disse que isso deveríamos conversar pessoalmente, porém dei uma noção sobre o que havia decidido.

No dia seguinte voltei pra casa e não tinha coragem de conversar com o meu pai, mas mesmo assim fui e peguei ele numa situação sob estresse. Disse que não iria mais embora e ele estupidamente respondeu que se dependesse da vontade dele eu iria, mas isso só não vai acontecer por causa das despesas que ele teria de arcar com um possível insucesso meu. No fundo, no fundo meu pai não queria que eu fosse embora.

Enfim, como escrevi logo acima: se tomei a decisão certa só o tempo irá dizer.


Abraço a todos!

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