O inicio como profissional recém-formado não é nada fácil e isto estou vendo
na prática. Hoje foi um daqueles dias em que me senti muito triste. Não estou
muito a fim de escrever, mas quero dividir o que estou vivendo como
fonoaudiólogo.
Há duas semanas mais ou menos fui entrevistado por uma fonoaudióloga, uma
pessoa muito boa e muito humana. Ela gostou de mim, da forma como vinha a nossa
profissão e de como via os pacientes que atendia. A principio ela marcou
algumas audiometrias para eu realizar (como contei nos posts anteriores) e isso
me deixou muito contente pelo simples fato de estar exercendo a minha profissão
e colocando em prática o que aprendi esses anos todos como acadêmico.
Passei por situações de nervosismo ao realizar a as audiometrias na unidade
móvel da empresa e resumindo a história, ontem a fonoaudióloga me ligou e disse
que a empresa havia se queixado da minha demora e que estava desmarcando os
dias que havia marcado para eu realizar as audiometrias ocupacionais por enquanto.
Ela, prestativa se colocou a disposição para me "treinar", pegar a
prática, o pique.
Essa ligação me deixou profundamente chateado, mas não comentei que hoje de
manhã realizaria as audiometrias na medicina do trabalho, substituindo uma
colega, pois esta fono que gerencia digamos assim os fonoaudiógos que realizam
as audiometrias neste lugar.
Acordei cedo e tomei o meu rumo para a empresa, botei o jaleco, liguei o audiômetro
e começaram a chegar pessoas para realizar exames. Peguei as guias de cada um e
entrei na sala para preencher o cabeçalho dos audiogramas. Na medida em que ia
fazendo isso, chamava um por um e fazia a audiometria.
Num dado momento entrou uma mulher na sala, era uma fonoaudióloga. Expliquei
que estava substituindo a nossa colega e ela saiu. Depois vi três chamadas não
atendidas no celular e de repente a luz do telefone começou a piscar, pois
havia deixado o aparelho no silencioso, era esta colega que estava
substituindo. Ela então numa boa explicou que a fonoaudióloga (nossa chefe)
havia mandado outra fono para realizar as audiometrias no meu lugar porque iria
ter dificuldade de dar conta da demanda devido a minha falta de prática.
Acontece que na faculdade "tive muita barbada", ou seja, tínhamos
poucos pacientes em Audiologia Ocupacional, dois por semana para cada um e com
isso não tinha como treinar a questão de agilidade na qual peco muito para
fazer os exames.
Outra coisa totalmente diferente é forma de realização dos exames, na
faculdade preenchíamos os pareceres clínicos de uma forma, já em determinadas
empresas é bem diferente.
Enfim, não foi um dia fácil, nem escrever direito eu consigo. Digo isso em
termos de concordância, pontuação e português. Amanhã terei uma entrevista de
emprego e isso estou colocando nas mãos de Deus.
Abraço a todos