Estou a bastante tempo longe, mas posso dizer que este que vos escreve não é
um rapaz triste, desiludido e melancólico, mas sim um rapaz alegre e com o espírito
renovado. Afinal de contas estou tentando me reerguer não mesmo.
Os dias passam depressa e muitas coisas acontecem, poderia escrever todos os
dias, mas a falta de tempo não permitiu.
Acho que elencarei dois fatos: o primeiro é sobre a situação complicada que
passei no estágio e o outro é sobre a festa da nossa turma de formandos.
Ontem cheguei na clínica esperançoso de que havia conseguido acertar no
laudo de um exame, mas não: Eu errei. A professora corrigiu a parte na qual eu
apontava o diagnóstico e nesta altura já me sentia mal. Depois voltei para a
sala onde estávamos com o laudo pronto e ela disse que a mãe de um paciente
estava me esperando com certo nervosismo. Fui até a secretária e verifiquei que
este paciente não era meu, mas sim do meu colega. Voltei para a sala e falei
rispidamente para a professora que o paciente não era meu e acho que ela se surpreendeu
pela forma como me expressei porque sempre fui muito educado, costumo brincar
dizendo que sou um gentleman.
No final da manhã quando a nossa turma de estágio estava reunida, a
professora pediu que eu colocasse no quadro os resultados dos testes que fiz
num paciente semana passada. Aí ela começou a perguntar se havia fechado o
exame sozinho, talvez no sentido de que duvidasse de mim e eu prontamente
respondi que sim.
Na medida em que ela ia perguntando, eu ia respondendo enquanto que estava
rodeado pelos meus colegas.
Então num dado momento não sabia responder as perguntas da professora e
fiquei nervosa e ela passou a perguntar para os meus colegas que também não
sabiam responder, uns respondiam.
Teve uma situação em que ela falou na frente de todo mundo que estava
preocupada comigo, da minha dificuldade de memória e reclamou que deveríamos
saber coisas pertinentes aos tais testes ao invés de consultar as tabelas.
Nisso eu já estava me segurando para não chorar quando minha colega falou
que não aceitava as comparações feitas pela professora em relação a nós e que
não achava justo o que estava fazendo comigo e chorou. Nesta hora me deu um
aperto no coração, acho que se eu chorasse ali, todo mundo choraria junto.
Minha outra colega reviu o resultado de um teste comigo e eu só me
segurando, mal olhava para ela. Quando terminou o estágio, larguei o material
na minha sala e fui ao banheiro chorar. Chorei bastante, sentia-me triste e
frustrado por não conseguir fazer nada certo e pelo fato de minhas dificuldades
ficarem expostas desta forma para os meus colegas. Estava arrasado!
Recompus-me e voltei para clínica, à secretária olhou e perguntou:
- Tá tudo bem contigo?
- Tá tudo bem.
- Tem certeza?
-Sim. A gente se levanta.
Procurei o meu colega e desabafei com ele. Falei que não iria à festa porque
estava sem clima, mas no final fui convencido de que deveria ir por
consideração a nossa paraninfa e as outras colegas.
Passei dia muito mal, mas a noite prometia.
Fui de carona com o meu colega até a casa da nossa professora aonde
ocorreria à festa. Fomos bem recebidos e tiramos várias fotos.
Decidi procurar as colegas da minha turma a fim de me desculpar e agradecer
pela ajuda que havia me dado, mas no final só falei com uma e esta disse que eu
não deveria me preocupar com isso e que estava tudo bem.
Depois venho à produtora e tiramos várias fotos. Nestas alturas do
campeonato já não me sentia mais tão triste e as minhas colegas me puxaram para
dançar. Não foi fácil, tiveram que me arrastar (risos). Acabei me soltando e
dancei com elas. Vocês não sabem como foi difícil pra mim, pois sou muitíssimo tímido
com mulher e aí fui até uma colega e como um cavalheiro peguei na sua mãe e dei
um beijo.
O engraçado é que eu estava com o corpo duro e ela ia me conduzindo na
dança. Sei lá, estava com tanta vergonha, queria me esconder, mas no fundo eu
estava gostando de estar ali naquela situação, todo mundo me vendo.
A festa foi o que salvou o meu dia que até então poderia ser denominado como
um dos piores da minha vida.
Sigo lutando e acreditando porque a vida é uma batalha, todo dia é preciso
encarar desafios e superar adversidades e eu pelo menos estou tentando
Abraços a Todos!
oi ikki. me admira vê-lo assim, e va em frente, vc logo se forma, não tem motivos pra se intristecer, somente pra ser feliz, ainda mais agora. kkkk
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