Agora sim tenho motivos para escrever. O dia não terminou, mas posso dizer que foi terrível.
Devido à correria dos estágios, do projeto de extensão e do TCC, minha vida tem sido bastante corrida, tanto que não escrevo com a mesma assiduidade de outros tempos e também nem tenho conseguido visitar os blogs dos amigos que sempre deixam comentários dando força para seguir em frente. Peço desculpas.
Hoje de manhã apresentei um trabalho visando a preencher umas horas do estágio. O assunto do meu trabalho já estava definido desde março, mas devido ao desgaste do TCC, das disciplinas de LIBRAS e Embriologia da qual sou repetente pela quarta ou quinta vez não consegui me preparar como deveria para apresentar o trabalho.
Montei tudo no Power Point, ficou uma bela apresentação, mas, no entanto quando fui arguido pelos colegas e professora é que acabei me complicando. Não respondi nenhuma pergunta por que não sabia responder e porque estava nervoso.
Meu colega, meu "irmão" disse: "calma, respira fundo" e eu não conseguia ficar calmo.
Esqueci de mencionar o assunto do meu trabalho: Acumetria, testes com diapasão que também auxiliam na avaliação audiológica do individuo.
Minha professora me instrui de como deveria fazer a avaliação com o meu colega, uma coisa simples, mas que eu tive dificuldade para fazer.
Não sei se é por causa do déficit de atenção, mas tenho dificuldade para reter informações. É bastante complicado isso aí.
Depois minha professora falou à sós comigo dizendo que estava preocupada, que minha apresentação tinha sido curta e pelo fato de eu não ter demonstrado domínio teórico. Após a apresentação já estava me sentindo mal e tudo o que queria era sumir, estava com vontade de chorar, mas me segurei.
Ela terminou de falar comigo e aí fui para o banheiro. Tentei chorar porque precisava colocar pra fora, porém apenas umas poucas lágrimas caíram. Meu colega chegou e perguntou se estava ali, respondi que sim e ele falou que era pra levantar a cabeça, tentar ficar tranquilo.
Como tinha paciente para atender, não podia parar para chorar. Voltei pra clínica atendi a paciente e fui para a sala em que atendo os meus pacientes. Nisso meu colega venho com os olhos cheios de lágrimas para me contar que tinha dado uma confusão por causa de um poligrafo de uma das nossas colegas. Não sei bem o que aconteceu, mas ele venho e se despediu de mim.
Depois a professora venho conversar comigo. Ela conversou com outra professora para que eu fosse em outra clínica e ficasse um turno para poder recuperar as tais horas, pois não utilizei o tempo necessário que deveria para apresentar e como é estágio conta a hora.
A professora saiu da minha sala e eu fiquei sozinho na clínica. Comecei a caminhar pelos corredores escuros e retornei para minha sala. Sentei no chão e desandei a chorar, pedi clemência, misericórdia para Deus, pois está muito difícil e eu não sei até onde posso suportar tudo.
É tanta luta. Luto contra a timidez, luto contra a depressão, luto com a dificuldade que tenho para me relacionar com as pessoas, luto contra as dificuldades que tenho em responder quando indagado e por aí vai.
Desde pequeno sempre foi esse sofrimento e esqueci de mais uma coisa: luto contra a solidão.
Pelo menos uma coisa boa posso dizer, o meu colega é como se fosse um irmão pra mim.
Como relatei antes, estava chorando e desabafando quando o meu celular toca, era a minha mãe. Disfarcei a voz e ela me contou algo que me deixou furioso e indignado. Minha mãe disse que a minha madrasta achou um caderno que usava como diário e contou para a minha irmã. Minha madrasta até referiu a passagem de texto no qual referia o desejo de me jogar numa ponte.
Ouvindo o que minha mãe dizia fiquei "louco". Naquela casa vou tem que esconder as minhas coisas porque se ela achar uma boneca inflável debaixo da minha cama, é capaz de ir correndo contar para o meu pai.
E o brabo de tudo isso é que não sei se este caderno chegou às mãos do meu pai.
É complicado! Não sei mais o que dizer!
Estou profundamente triste!