quinta-feira, 18 de julho de 2013

Desencanto com a fonoaudiologia: Preciso resolver minha vida

Tenho pensado muito em encerrar o blog "Encarando a Distimia" e ressuscitar o "Tocando em Frente" que está há um ano ou mais desatualizado. O "Encarando a Distimia" fiz com o intuito de expor a minha vida, meus sentimentos e pensamentos. Dividi muitas tristezas, mas também algumas alegrias. O teor do blog, para quem acompanha a um bom tempo é um tanto pesado, diferentemente do outro blog que criei na época em que tive condições de me tratar com psicólogo e psicopedagoga respectivamente.

Não tenho tido ideias e nem inspirações para escrever neste espaço, mas atualmente vivo um momento de indefinição na minha vida. Ao ser demitido da clínica em que trabalhei durante dois meses, usei parte do dinheiro para pagar a minha anuidade junto ao conselho de fonoaudiologia, pois se não estou em dia com o conselho tenho o meu registro suspenso. 

Desde janeiro tenho trabalhado como freelancer, faço audiometrias ocupacionais para uma colega e ganho em média R$ 300,00 que não, mas mesmo assim procuro valorizar a oportunidade que tenho de ao menos exercer a profissão.

O problema é que semana retrasada fui fazer audiometria ocupacional numa clínica situada em uma cidade vizinha. Trabalhei das 14h30min às 18h30min e passei por uma situação que para mim é constrangedora. 

No início da tarde avaliei duas mulheres que roubaram muito o meu tempo porque elas estavam com latência (demora) para responder o exame. É algo difícil de explicar, mas, por exemplo, tem pessoas que quando dou o sinal no audiômetro já levantam a mão acusando que ouviram o som e outras que demoram para "receber" o som.

A secretária da clínica num desses atendimentos que estava realizando venho até minha sala e educadamente cobrou-me agilidade. Tentei me "puxar". Do lado de fora da sala às pessoas aguardavam nervosas para fazerem o exame.

Teve uma pessoa que me irritou profundamente, foi um servente de pedreiro. Chamei-o para fazer o exame, eu estava de pé organizando as vias das audiometrias que tinha feito e o rapaz entrou e disse: 
- Tá demorado isso aí.

Ouvi aquilo com certa raiva, pedi que sentasse para pegar os seus dados e preencher as guias das audios. Só que ao invés dele se sentar na poltrona indicada, se sentou na minha cadeira de frente para o aparelho e aí eu não me aguentei. Fui estúpido sem ser mal educado.
- O senhor está sentado na minha cadeira. Senta nesta que está à frente. Vou pegar os seus dados, vamos fazer o exame e logo, logo o libero para o exame clínico.

Pronto. O cara baixou a bola, entrou na cabine, fiz o exame dele e o liberei.

Ao terminar o dia tentei explicar a secretária a minha demora, dizendo que há pessoas que respondem rápido e outras que responde devagar o exame, mas esqueci de falar que pela pressão de fazer tudo "correndo" estou sujeito a errar um laudo e posso também ser processado. Resumo da ópera: quem se ferra sou eu e não o funcionário.

Esta situação a respeito da pressa das empresas para que o fonoaudiólogo faça as audiometrias ocupacionais já está gerando alguns debates.

A audiometria é um teste que serve para verificar o limiar auditivo da pessoa, em outras palavras, o mínimo de som que ela consegue escutar. Geralmente o exame tem que ser feito por via área, via óssea e audiometria vocal que também é de grande valia, pois avalia a capacidade de compreensão da voz humana e complementa o teste, mas isso não é feito nas clínicas de segurança medicina do trabalho. Outra coisa que não se faz é a meatoscopia que a inspeção de como está à orelha, se há tampão de cera, se a membrana timpânica está rompida.

Essas coisas de certa forma estão me revoltando e claro que também a outro fator que se refere a mim: tenho dificuldade para escrever rápido.

Ontem fui fazer audiometria pela primeira vez noutra clínica porque o sogro da fono de lá faleceu e esta precisava de um fono que a substituísse. Fui fazer as audiometrias e aconteceu a mesma coisa: a secretária entrou na sala umas duas vezes e muito gentil pediu que fosse rápido com os exames. Já me senti na pressão. As pessoas estavam impacientes e para me ajudar as secretárias estavam preenchendo as guias para mim e com isso a única preocupação minha era fazer a audiometria e escrever o laudo.

Fiquei umas três horas na clínica e fiz 24 audiometrias. Saí de lá meio deprimido e desgostoso comigo mesmo.

Tenho refletido muito em largar a fonoaudiologia porque é difícil de conseguir emprego e trabalhando com audiometria é preciso ser rápido, fazer tudo correndo.

Preciso pensar no que fazer. Pretendo atuar na fono até o final do ano, pois paguei a anuidade e aí ano que vem pensarei no que fazer, seja trabalhando como locutor ou de auxiliar de loja, sabe lá. Tudo o que sei é que tenho de dar um jeito e resolver a minha situação.

Abraço a todos!

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